Se você já perdeu um prendedor de cabelo ou óculos no mar, sabe que o oceano não fica parado. Caso o item perdido não seja recuperado imediatamente, não demorará para começar seu caminho rumo ao lado oposto do mundo, transportado pelas correntes oceânicas. Isso funciona assim:
As áreas congeladas do Ártico e da Antártica refletem os raios solares, fazendo com que essas regiões permaneçam frias, deixando assim, a água ao redor com uma temperatura bem baixa. Parte dessa água que está ao redor chega a congelar, mas o sal que acompanha essa água, não necessariamente congela, de modo que um grande volume de água fria e salgada é deixado para trás. Quanto mais fria e salgada, mais densa é a água, por isso ela afunda oceano abaixo. Quando essa água densa afunda para o piso do oceano, é substituída por outras águas na superfície, e isso cria uma corrente. A água nova também esfria e afunda, perpetuando o ciclo.
Foto: teachersdomain.org
Em todo o oceano as correntes se movem continuamente, alimentadas pelas águas frias que afundam nos polos. Essa água percorre todo o fundo, empurrando outras massas de água. Em alguns pontos do mundo, a água do fundo perde sua densidade e sobe para a superfície, tornando disponíveis os nutrientes que carrega. Nessas regiões ocorre grande desenvolvimento de algas, que por sua vez são comidas por peixes e outros organismos. Em todas as áreas em que há nutrientes e água oceânica fria na superfície, há também fartura de seres vivos. Essas regiões são altamente produtivas, e geralmente são exploradas com a pesca.
Foto : Planeta sustentável
As correntes oceânicas afetam profundamente o clima, a circulação de nutrientes, os ecossistemas marinhos, a indústria pesqueira e o transporte marítimo.
A temperatura no Ártico aumentou 2 graus no último século, o dobro da média mundial. Os cientistas não sabem dizer com precisão quais serão os efeitos do degelo no Ártico à longo prazo, mas uma coisa é certa:
“Quanto menor a área congelada, menor a capacidade de reflexão dos raios solares. Ou seja, à medida que a área gelada diminui, a região absorve mais calor, aumentando a temperatura e acelerando o derretimento do gelo", diz o glaciologista Jefferson Simões, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Caso a temperatura nas regiões polares continue a aumentar, a circulação oceânica poderá ser comprometida. O gelo derretido, outra possibilidade do aquecimento global, também reduziria os níveis de salinidade, o cenário final seria: a água mais quente e menos densa não seria densa o bastante para afundar, detendo a corrente oceânica de profundidade – com consequências amplas e devastadoras para o clima, a circulação de nutrientes, os ecossistemas marinhos, a indústria pesqueira e o transporte marítimo.
Atualmente a principal ameaça do Ártico é a exploração de combustíveis fósseis, ação altamente poluidora e geradora de calor. A exploração de petróleo no Ártico tende a acelerar o processo de degelo.
Foto: CNN
Para mais informações acesse:
http://veja.abril.com.br/230909/um-atalho-gelo-p-106.shtml
http://www.botany.unibe.ch/paleo/publications/reprints/ClimaticChange_79_213.pdf
http://exame.abril.com.br/meio-ambiente-e-energia/noticias/degelo-no-oceano-artico-reserva-surpresas-desagradaveis
http://pt.wikipedia.org/wiki/Albedo
http://www.c2es.org/science-impacts/basics/faqs/arctic
http://ciencia.hsw.uol.com.br/correntes-oceanicas.htm
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